Texto: Anderson Awvas
Folclore como capas de discos?
Após um brainstorm muito louco com meus parceiros de ideias folclóricas tentando descobrir um tema para as artes do Somando Visões 2018, chegamos em algo como “E se misturasse a cultura pop com os personagens do folclore brasileiro?”, seguido de “cara, tipo É o Tchan do folclore, sei lá!”.
Pronto... foi aí que essa loucura me conquistou.
Capas e Referências
Sobre as artes
Fui pesquisar por bandas, grupos e cantores que pudessem se misturar com personagens do folclore brasileiro para fazer um mashup com capas de discos clássicos da música nacional independente de qualidade e pensando mais no encaixe das ideias mesmo. Separei umas 10 capas, mas me apeguei as ideias que surgiram de maneira mais espontânea e quase prontas para agilizar a entrega.
Comecei com o álbum de axé “É o Tchan do Brasil”, de 1997, trocando a nova loira do Tchan pela Loira do Banheiro em “Tcharam – A Nova Loira do Banheiro” com essa referência de como se os caras tivessem chamado pela Loira 3 vezes de frente para o espelho.
Em seguida, fui para o traço tradicional com lápis de carvão para tentar me aproximar da capa do álbum “Cabeça Dinossauro”, clássico da banda Titãs de 1986, trocando a figura uma bizarra por outra. Desta vez o Cabeça de Cuia, uma figura mais conhecida pelo norte do pais, mais especificamente do Piauí. A palavra “Piatãs” significa “pés duros” em Tupi, mas entrou mais como um elemento para substituir a palavra “Titãs”.
O clássico do rock nacional, o “Que país é esse?” da banda Legião Urbana, de 1987, deu espaço para o “Legião Lenda Urbana – Que Brasil é esse?” trocando os membros por lendas urbanas como Velho-do-Saco, A Dama de Branco, O Boneco Assassino e o Palhaço Maldito ou Palhaço da Kombi que rouba crianças.
Depois segui para uma das que mais curti em fazer, o clássico dos clássicos da MPB, um álbum que possuem músicas com trechos como “Bailam corujas e pirilampos entre os sacis e as fadas”.
A capa de 1973 da banda Secos & Molhados virou “Corpos Secos & Molhados”, fazendo alusão a figura do “zumbi brasileiro” chamado de Corpo Seco.
E para finalizar, uma arte inusitada trocando a capa do Negritude Junior, do álbum “Porcelana” de 1998, virou “Negritude do Pastoreio”. Na ilustração, o Negrinho do Pastoreio e seu cavalo baio encontram Sacis e o Negro d’água roubando mangas da fazenda.