O argumento:

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Uma cidade muito grande, deserta e em completa escuridão. Chove uma chuva fina que toma forma com vento frio e você só consegue ver o que está ao alcance do intenso relampejar nas nuvens densas do céu e de sua lanterna à pilha.

Ao caminhar alguns passos, você consegue enxergar algo que parecia um pé gigante no meio da avenida e ao olhar para cima percebe que uma forma humana está se formando na soma de vários blocos que voam nessa direção. De repente, um sussurro estranho vem de atrás da sua orelha e ao mirar a lanterna na direção dele você enxerga uma sombra que te derruba no chão e pisa no seu peito.

Falta-lhe ar.
Falta-lhe força.
A luz da lanterna se apaga.
Escuridão total.
  
Ubirajara, um jovem de 16 anos, acorda inquieto e muito assustado. Ele sabia que este pesadelo era obra de algum tipo de encantamento, uma criatura sombria que se alimenta da escuridão da mente. O garoto pega o “bambu-fone” e chama por Yateré, um amigo que é um Sacy.

Ao ouvir sobre o sonho de Ubi, o Sacy o levou até seus pais que preocupados com o que ouviram pediram para que fossem urgentemente buscar a ajuda de Anhangá. Com o auxílio de Matim Taperé, uma ave gigante, foram do interior de Minas Gerais até uma grande oca que fica no topo de um pico muito alto no Amazonas.

Anhangá, um aparente jovem indígena, dormia em uma rede com uma máscara de cervo branco repousada sobre sua face. Quebrando um silêncio sepulcral, Matim inicia uma canção alegre que continha apenas seu próprio nome e com sua voz totalmente estridente. Ao final, surgem muitos Chibambas, pequenas criaturas formadas de folhas de bananeira, fazendo barulhos de chocalhos como se estivessem aplaudindo festivamente.

Eles conseguem a atenção do menino cervo –Isso é festa de quê? Vocês sabem me dizer por quanto tempo eu dormi? –Pergunta Anhangá já de pé e estranhando o fato de não conseguir sentir ou ouvir com clareza os animais ao redor. Logo em seguida ele anda em direção a Ubi –O que você tem para mim? –Diz olhando nos olhos do visitante e lendo o seu pesadelo.

O menino cervo, Anhangá, corre para retirar a mata de cima de um enorme instrumento de sopro e faz o que ele chama de berro da natureza. Raios saíram do instrumento e alcançaram os céus criando uma aurora boreal. Houve também uma música que Ubi não conseguiu ouvir.   

Algumas horas depois, surgem Naiá (A vitória-régia) e Yara (A rainha dos rios) extremamente preocupadas por receberem esse chamado pela primeira vez – Humm esse tal berro da natureza deve estar quebrado… achei que viriam mais de vocês, mas… de qualquer forma, muito obrigado por terem vindo –Diz Anhangá entre bocejos. Em seguida, ele parte para o centro de um palco circular e começa a tocar tambores –Temos uma aventura das grandes aqui! SE PREPAREM!! –Diz ecoando pelo salão.

A montanha e todo o terreno ao redor passa a tremer e debaixo da oca surge o Pai do Mato, um gigante de pedra que anda por cima de nuvens, e com ele partem busca do foco de um problema que parece ter uma escala global. No caminho encontram Aiyra (A Mãe d’Ouro) que ouviu o chamado, mas quis adiar por mais cinco minutinhos e foi alertada pelo pássaro Fogo Fátuo.

Escondida em uma grande metrópole, Cuca, uma bruxa de mais de 600 anos, reúne um verdadeiro exército de Pisadeiras (criaturas sombrias que atacam as pessoas durante o sono) para executar um ritual que dará a forma física para um ser assombrado, aquele que vive nas sombras da mente humana.  

Uma grande reunião de lendas para combater um mal em comum. Um chamado urgente para enfrentar o inimaginável!